“Mim não
sentir muito.
Mim ficar muito satisfeito que todo mundo não me
entender!
Ser assim que você nunca se sentir?”
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O Encadernado é esse |
Quem acompanha os
quadrinhos nacionais já conhece o nome do Gustavo Duarte,
tanto dos trabalhos autorais (Có!, Birds, Monstros), como da
Graphic MSP do Chico Bento. Com um estilo cartunesco e divertido,
Gustavo Duarte fechou com a DC Comics para ilustrar uma história
com roteiro de Heath Corson, que falaria sobre o inimigo invertido do
Superman: Bizarro.
Só que, e essa é
a grande sacada, a série tem uma proposta mais descontraída
e divertida, o que aproveita muito a arte do Gustavo e as
possibilidades de roteiro que se abrem com um personagem que processa
informações através de seus antônimos.
Aproveitando aquele
conceito clássico (desenho do superamigos, lembra?) de que
Bizarro viria de uma dimensão/planeta invertido, nesta
história, Bizarro se vê como um herói e, na sua
inocência, ele só tenta ajudar a todos em Metrópolis.
Contudo, em razão de suas confusões, toda a população
quer se ver livre dele, mas não sabe como, devido ao fato dele
ser a segunda criatura mais poderosa da cidade.
Enquanto faziam piada
sobre a situação, Clark Kent sugere que eles precisam
se livrar do alien invertido e Jimmy sugere pegá-lo, levar até
o Canadá e dizer que ali seriam os “Estados Unidos Bizarros”
e que ele seria bem-vindo ali. Clark diz que se Jimmy fizesse isso,
teria material para um livro que seria um grande sucesso.
Jimmy então topa
a brincadeira, pega um carro, convence o Bizarro a fazer a viagem
(sem comentar sobre o livro) e parte em uma road trip pelos Estados
Unidos, com direito a participações de outros heróis,
agentes do FBI (Argus), soldados, outros aliens, etc.
A história é
divertida, com um alívio cômico sensacional, que
contrasta bastante com a veia séria e sóbria que a DC
segue atualmente. O traço cartunesco deixa as coisas bem
engraçadas e os personagens vão sendo incluídos
de uma forma cômica, mas respeitando seus contextos originais.
Isso, sem falar em várias referências da cultura
Os diálogos com
o Bizarro podem ser um pouquinho cansativos as vezes já que,
como ele pensa e interpreta tudo de forma invertida, as falas são
basicamente o antônimo do que realmente querem dizer, o que
pode dar uma desempolgada na leitura. Mas tirando isso, a história
vale a pena descontrair e fugir um pouco da rotina normal dos
quadrinhos super-heróicos.
PS: meu personagem
preferido da história é Colin, o chupacabra.
Saldo geral: vale a
pena sim!
CORSON, Heath; DUARTE,
Gustavo. Bizarro. Barueri/SP: Panini, 2016.
Capa cartão. 148
áginas. Colorida.
Preço de capa:
R$ 21,90.