Injustiça, Deuses entre nós, mas não como você está pensando.


Batman: Isso sempre foi entre nós. Por que fez isto com ele?
Coringa: Sempre que nós dois brincamos, eu perco. 
Fiquei cansado de perder. Achei que seria uma boa 
tentar no modo fácil. 
E FOI fácil.


Se você não viveu no espaço nos últimos tempos, você sabe do que se trata Injustice, certo? O game de luta envolvendo os heróis (e vilões) do DCverse.

Claro, todos nós gostamos de uma boa pancadaria, especialmente entre nossos personagens favoritos. Tanto é verdade que já é tradição nos quadrinhos que heróis diferentes, ao se encontrarem, batam primeiro e perguntem depois. Mas, como o foco do game era atingir os leitores dos quadrinhos e fãs dos heróis, ele precisava de algo mais. Não que não quiséssemos ver o Superman sair no braço com o Batman (confronto que todo mundo adora) ou o Lanterna contra Sinestro, mas era necessário mais do que apenas porrada, era necessário um motivo!

E o motivo veio, claro, numa realidade alternativa. Aliás, as realidades alternativas são queridinhas dos roteiristas, pois dão uma imensa liberdade de criação sem interferir no conceito original dos personagens. Bom, não é spoiler porque vocês já devem ter visto em algum lugar qual a premissa por trás do jogo. Acontece que essa premissa foi roteirizada e lançada em quadrinhos e, olha, vale a pena.

Com roteiro de Tom Taylor e arte de Jheremy Raapack, Mike S. Miller e outros, saiu Injustiça – Deuses entre nós.

A história narra o que acontece antes do game. No jogo, Superman pirou o cabeção e resolveu botar ordem na bagaça. Acreditando que o mundo não seria pacífico se não fosse conduzido com mão de ferro, ele usa seus aliados da Liga da Justiça e a tecnologia kriptoniana para se tornar o ditador da terra. Mas o que poderia corromper tanto o Superman? O que Lex Luthor fez pra deixar o Homem de Aço assim? A resposta é: Nada.

Quem aprontou com o Último Filho de Kripton foi o Coringa. Cansado de brincar com o Batman, o Coringa arma um plano capaz de enlouquecer até mesmo Kal-El. E consegue. Iludido pelo Coringa, Superman comete algo impensável e cruza a linha definitiva dos heróis.

O volume reúne as histórias publicadas em seis edições americanas, num total de 196 páginas. A arte está muito boa, o roteiro faz jus ao jogo. Minha observação especial, inclusive, é sobre como os roteiristas estão retratando a Mulher-Maravilha ultimamente. Ela é uma amazona, uma guerreira. Não é bem uma heroína, embora os conceitos possam se cruzar algumas vezes. E essa Diana de Injustice é bem o que se espera de uma princesa amazona.

Sim, Injustiça vale a pena, porque coloca perspectiva na existência de um herói tão poderoso como Sups e na relação entre ele e os humanos normais. Sem falar que tem muita porrada e tem o Batman, sendo foda, como sempre.

Ah, e sobre a nota, Injustiça só não leva nota máxima porque poderia vir numa edição capa dura, porque com certeza merece um lugar na estante.

Se você já viu o jogo, conhece a história, ou não tem medo de spoilers, vale a pena conferir esse vídeo sobre uma das primeiras cenas do jogo, quando Kal-El cruza os limites do herói.




TAYLOR, Tom; RAAPACK, Jheremy; MILLER, Mike S. Injustiça – Deuses entre Nós. São Paulo: Panini, 2014
196 páginas, colorida, volume único.

Preço de capa: R$ 22,90
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