“O homem submarino
estava furioso e descontando sua raiva na cidade.
O chefe de polícia
atiçou o Tocha Humana para cima dele.
Era como se os deuses
lendários tivessem voltado à Terra...
pelo menos, se
você lesse a cosia nos jornais.
Imaginar as maravilhas durante
seu combate, enquanto o príncipe
submarino saltava de marco em
marco, semeando destruição,
perseguido pelo Tocha como
um feixe de chamas,
deve ter sido como ler sobre um glorioso
balé
aéreo maravilhoso e emocionante...
... e talvez fosse. Mas
não para nós.”
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Olha a cara dos manos! |
Marvels é uma
das coisas que você TEM que ler. É uma obra que serve de
paradigma e mostra o quanto os quadrinhos podem ser utilizados como
metáforas pra vida real. Roteirizada por Kurt Busiek e
ilustrada inteiramente por Alex Ross, Marvels segue Phil Sheldon, um
fotógrafo que acompanhou o surgimento dos maiores heróis
da Casa das Idéias. Desde a aparição do Namor e
o surgimento do primeiro Tocha Humana, até o experimento que
resultou no Capitão América, o alvorecer dos mutantes,
Quarteto Fantástico etc.
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A arte é assim. Sério. |
O destaque é a
inversão de ponto de vista. Marvels fala de heróis, mas
a partir do olhar do fotógrafo que acompanha não só
o surgimento de tais maravilhas, mas também as consequências.
Os desastres resultantes dos constantes conflitos entre heróis
e vilões (e por vezes entre heróis e heróis,
como manda a tradição quadrinística).
A série
revisita pontos importantes do universo Marvel, como (spoiler alert) a morte de Gwen
Stacy, o casamento dos Sr. Fantástico com a Mulher-Invisível,
a aparição dos sentinelas e uma das sempre conturbadas
aparições de Galactus, momentos já
clássicos pra quem acompanha a Marvel, mas revê-los sob uma ótica diferente nunca perde a graça. Basta dizer que a cena
da Gwen é de partir o coração.
Claro que esse roteiro
se torna ainda mais sensacional com a arte do Alex Ross. Eu sou
(MUITO) fã
do trabalho dele, tanto que muito do material mais
clássico, original, da minha coleção são
histórias que ele ilustrou (chupa edições
definitivas, eu tenho as originais :p). A arte realística dele
se encaixa perfeitamente com uma história que tem a intenção
de soar real. Algo que, a meu ver, ela consegue sem qualquer dúvida. Isso, sem falar nos ângulos fotográficos representados em boa parte da história, que ajudam a passar a impressão de estar assistindo àqueles eventos.
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Eu também ficaria de boca aberta |
Marvels é o tipo de quadrinhos que se indica pra todo mundo. Pra quem gosta da
Marvel, a história traça uma linha do tempo entre
eventos importantes ocorridos no universo da editora, situando
temporalmente fatos que ocorreram nas cronologias de seus diversos
heróis e equipes, o que resulta numa leitura agradável
pra quem já conhece bem o cenário e numa introdução
fantástica pra quem está começando a desbravar
os quadrinhos dos vingadores, mutantes, quarteto e Xmen (entre
outros, claro).
A história foi recentemente republicada aqui no Brasil, saindo na Coleção Oficial de Graphic Novels da Marvel, pela Editora Salvat. Eu estou acompanhando a coleção e está realmente saindo muita coisa boa. Capa dura, papel de qualidade, enfim, vale a pena colecionar. Agora, se você não está a fim de comprar as 60 edições, COMPRE MARVELS. Fica a dica.
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A edição do tio Gui é essa aqui |
Nota 05: Estante do QUARTO, se possível num COFRE
BUSIEK, Kurt.; ROSS. Alex. Marvels. São Paulo: Editora Salvat do Brasil, 2013.
Capa Dura. Colorida.
Preço de Banca: R$ 32,90.
0 Comentario "“Marvels” – A visão de um humano normal em meio a um mundo de Maravilhas."
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