Planetary, Pelo mundo todo e outras histórias.



Elijah Snow: É um mundo estranho...
Jakita Wagner: ... vamos mantê-lo assim.


Olha o time aí.
Depois de um longo período, cumprindo o compromisso de resenhar o Top10/2014, vamos falar de Planetary, arqueólogos do impossível. Planetary é uma série fechada, com roteiro de Warren Ellis e arte de John Cassaday. A série, por si mesma, é uma grande homenagem aos anos 80 e a todo o cenário pop/nerd/cult, cheia de referências, algumas facilmente identificáveis, daquelas que deixam todo nerd com um sorriso nos lábios ao reconhecer de onde veio aquilo.

O roteiro é focado em uma organização que dá título à série. O Planetary é uma instituição que pesquisa o passado e presente obscuro da Terra, em especial nos últimos 100 anos, investigando fatos, mitos e lendas diversas e descobrindo verdades aterradoras por detrás delas: a história oculta do mundo, envolvendo cientistas loucos, realidades alternativas, pessoa com superpoderes, monstros e alienígenas que meteram o bedelho para nos trazer até aqui. O Planetary é mantido por um misterioso “Quarto Homem”, assim nomeado porque o time de campo é sempre composto por outros três membros, enquanto o patrocinador permanece nas sombras, elaborando as missões e catalogando os resultados.

As histórias são, em maioria episódicas, e algumas vezes descontinuadas, movendo-se para frente ou
Warren Ellis
Não faltam britânicos doidos
nos quadrinhos
para trás de acordo com a necessidade de explorar fatos novos e o modo como eles se relacionam com história antigas. E nesse cenário, o pano de fundo vai se desenrolando. 

O primeiro encadernado, publicado pela Panini, é chamado de “Pelo mundo todo e outras histórias” e engloba 6 edições da série e o preview que lançou a idéia.

Em “Pelo mundo todo” somos apresentados à premissa dá série. Jakita Wagner, uma agente super forte e resistente do Planetary está recrutado o terceiro membro do atual time de campo e entra em contato com Elijah Snow, um homem que beira os 100 anos de idade, embora tenha parado de envelhecer aos 30 e poucos e que tem poderes sobre a temperatura. Jakita oferece a Snow e apresenta ele ao Planetary. Convencido a analisar a proposta de emprego e conduzido até uma das sedes, Snow conhece o Bateirista, o segundo operativo, um “maluco” capaz de falar com as máquinas e manipular informações. Ao receber a primeira missão, eles nos apresentam um grupo de personagens ilustres do passado e o conceito de multiverso que vai ser reiterado diversas vezes durante a série.

Olha a capa da Panini
Ilha”, por sua vez, é uma homenagem a todos os filmes de monstros gigantes, de Godzilla a Gamera, quando o Planetary vai investigar uma ilha japonesa escondida do resto do mundo e guardada pelo exército nipônico, cujas lendas mencionam a existência de criaturas enormes resultado da exposição de animais à radiação (conhece a história?). Divirta-se identificando os monstros que aparecem na história.

Pistoleiros Mortos” leva o Planetary à Hong Kong e a uma história de fantasmas e vingança.

Em “Portos Estranhos”, após a explosão de um prédio, um misterioso objeto de orígem desconhecida está sendo investigado pelo Planetary, quando detetive particular, perseguindo um ladrão, acaba por entrar o cenário da escavação e ativar o objeto, se desintegrando no ar. O mistério começa quando, alguns segundos depois, ele reaparece sobre o objeto e conta sua história.

O bom doutor” nos leva a um personagem que apareceu como coadjuvante na primeira história e revela um pouco do passado de Axel Brass, que assim como Snow, também tem quase 100 anos e nasceu na virada do século, colecionando aventuras dignas de clássicos dos filmes B e formando uma liga similar ao Planetary, identificando e contendo segredos ocultos que ameaçavam a humanidade.

Então, chegamos à “4, uma história de Planetary”, onde conhecemos os vilões da série. Um quarteto de pesquisadores se aventura numa missão espacial e voltam pra terra mudados, imbuídos de poderes fantásticos. Contudo, ao invés de se tornarem super-heróis, eles decidem angariar tecnologia e recursos para si mesmos, se tornando “Os quatro”, conduzindo o desenvolvimento da humanidade das sombras, de acordo com seus próprios interesses. Quando Elijah se encontra com um dos membros desse quarteto sombrio, segredos do passado começam a se delinear. Sim, se você prestou atenção, os vilões também são uma homenagem a um outro quarteto dos quadrinhos.



Resta, então, “Primavera Nuclear”, a história curta na qual o Planetary foi apresentado, que mostra o trio investigando um general do exército americano, que tem como segredo uma história envolvendo um experimento militar, um acidente, e um cientista que, para salvar alguém, se expõe à experíência e sobrevive a ela, se tornando uma criatura monstruosa e superforte (Sim, lembra aquele cara que ESMAGA!);

A Panini já publicou a série inteira, composta por quatro encadernados e uma edição especial, envolvendo dois crossovers com outros personagens da DC: um com a Liga da Justiça e outro com o Authority. Cada um merece sua resenha própria. Essa foi só pra dar um gostinho.

Eu li Planetary a primeira vez por scans, mas era uma das coisas que eu PRECISAVA ter na minha coleção. Pelo resumo das histórias vocês já perceberam que é uma série cheia de referências e acho que não tem erro em dizer que todo mundo adora isso. Ellis foi sensacional ao repaginar os mais variados elementos da cultura pop e inseri-los como mistérios a serem desvendados pelos seus arqueólogos do impossível. Recomendo muito a série pra todo mundo que gosta de super-heróis, monstros e mistérios, especialmente aqueles envolvendo realidades paralelas e muita ficção científica de qualidade.

Ah, o encadernado ainda vem com uma introdução de ninguém menos que Alan Moore.




ELLIS, Warren; CASSADAY, John. Planetary – Livro 01: Pelo Mundo e outras histórias. Barueri: Panini, 2013.
164 páginas, colorida.

Preço de Capa: R$ 21,90.
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