Quadrinhos: Um convite para A Festa de Delirium

"(...) Qual é a coisa que todo mundo adora mais do que qualquer 
outra coisa? Mais do que uma torrada com cobertura 
de abobrinha e xilofones e os pequerruchos, assustaduchos 
e dentuços peixes que vivem nas partes tingidas dos oceanos?"


Edição Brasileira
Resenha prometida, resenha cumprida. Vamos falar de “Sandman Apresenta: A Festa de Delirium”.

Partimos do pressuposto de que você já ouviu falar de Sandman, certo: aquela Graphic Novel cultuadíssima, do Neil Gaiman (já falamos dele aqui), que ajudou a redefinir muito do que os quadrinhos seriam na virada dos anos 90.

Bom, pra quem não conhece, um resuminho básico sem (muitos) spoilers: Um culto realiza uma cerimônia mística para aprisionar a personificação da Morte, buscando assim conseguir a imortalidade. Devido a algum erro no encantamento, eles acabam aprisionando seu irmão Sonho, que se recusa a ajudá-los em seus intentos. O culto mantém Sonho preso durante décadas, até que ele consegue se libertar e, quando isso acontece, passamos a acompanhar Sonho (ou Sandman, ou Morpheus, etc) em busca de vingança, de seus itens perdidos e da restauração de seu poder e seu reino.

Um gostinho da arte da história
No decorrer da história somos apresentados à família de Sonho e Morte, chamados de Perpétuos. Personificações vivas daquilo que representa a vida dos seres racionais, os Perpétuos são as entidades mais antigas do Universo, maiores (e mais poderosos) que deuses. São eles: Destino, Morte (ou Desencarne), Destruição, Sonho (ou Devaneio), Desejo, Desespero e Delirium, todos começando com a letra D.

Sandman foi um grande sucesso de público e, em razão disso, surgiu um título chamado “Sandman Apresenta”, que reunia histórias menores, encenadas naquele mesmo cenário. Uma dessas histórias é “A Festa de Delirium – Uma aventura dos Pequenos Perpétuos”, que traz versões mais infantis dos personagens.

A autora
A artista Jill Thompson, responsável pela história, ela já havia participado de um arco da Sandman original e se apaixonou pelos personagens. Nessa pequena história, a versão infantil de Delirium está chateada por nunca ter visto sua irmã Desespero sorrir. Na tentativa de alegrar a taciturna Desespero, Delirium resolve dar uma festa para sua família, em seu reino colorido e inconstante. A história é toda contada com ares de fábula infantil e o traço é deslumbrante, numa arte que abusa do contraste entre o colorido do reino da protagonista e seus quase sempre monocromáticos irmãos. Além disso, a técnica de “pintura lavada” de Jill deixa tudo com um ar etéreo, como se espera de um conto de fantasia como esse. O roteiro é simples, mas não deixa de respeitar as características dos personagens originais dos quais as versões infantis são derivadas.


É uma aquisição que vale a pena para quem é fã do Universo Sandman ou mesmo para quem apenas aprecia uma boa história, contada através de uma bela arte. Além disso, com a linguagem simples e infantil, é perfeito para crianças.

Os Pequenos Perpétuos

THOMPSON, Jill. A Festa de Delirium - Uma aventura dos Pequenos Perpétuos. Barueri: Panini Books, 2013.
Preço de capa: R$ 16,90.



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